Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Macau – Festival da Lusofonia realiza-se novamente nas Casas-Museu da Taipa

O Festival da Lusofonia deste ano será realizado entre 19 e 22 de Outubro, mais um dia face à última edição, revelou o Instituto Cultural ao Jornal Tribuna de Macau. Ao longo dos quatro dias estarão presentes “stands” de 10 países lusófonos, além de um relativo à Região Autónoma de Guangxi, uma das novidades desta 20ª edição que também aumentou para 50 mil patacas o valor concedido a cada associação.



As Casas-Museu da Taipa voltam a servir de palco para o Festival da Lusofonia, numa edição que este ano traz algumas novidades, a começar pela sua duração. Ao Jornal Tribuna de Macau, o Instituto Cultural (IC) avançou que o evento cresce um dia, uma vez que irá realizar-se entre os próximos dias 19 e 22 de Outubro.

Além da participação das 10 comunidades lusófonas (Angola, Brasil, Cabo Verde, Goa, Damão e Diu, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste) haverá também um novo “stand” da Região Autónoma de Guangxi, no Interior da China, revelou ainda o IC.

Com o Festival da Lusofonia agendado para daqui a sensivelmente um mês, as associações que representam os países lusófonos no território já estão a trabalhar para oferecer um ambiente que enche aquela característica zona da Taipa. Nesta 20ª edição, também se verificaram mudanças em termos de orçamento, com as associações locais a serem financiadas com 50 mil patacas, mais 20 mil do que nas edições anteriores.

A presidente da direcção da Associação dos Amigos de Moçambique explicou ao Jornal Tribuna de Macau que o “stand” deste ano irá dar destaque ao Parque Nacional da Gorongosa – área de conservação situada na zona limite sul do Grande Vale do Rift Africano. Os planos de Helena Brandão incluem a exibição de “filmes e fotografias” que permitem dar a conhecer a evolução da zona situada no coração do centro de Moçambique e que viu “dizimadas muitas espécies durante a guerra civil”.

Hoje em dia, o parque mais famoso de Moçambique é gerido pelo Governo em co-parceria com a Fundação “Carr”. Este esforço conjunto permitiu aumentar e relançar espécies que sofreram com o período de guerra. “Há uma evolução substancial. Melhoraram as condições de vida das pessoas e vamos destacar (…) o papel que a fundação tem desempenhado”, explicou Helena Brandão, que conta com o apoio da Fundação “Carr” para a recolha e exibição dos materiais durante o Festival da Lusofonia.

Além desta vertente, o “stand” de Moçambique irá apostar uma vez mais na gastronomia oferecendo um leque variado de petiscos para abrir o apetite dos visitantes. Segundo Helena Brandão, o país estará também representado na Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa com a sabedoria gastronómica da “chef” Tia Orlanda no Restaurante das Casas-Museu. Já no que ao artesanato diz respeito, a Associação dos Amigos de Moçambique convidou Dina Paz para exibir os seus trabalhos em capulana (tecido típico) na habitual Feira do Carmo, na Taipa.

Das paisagens de Goa à poesia do Brasil

Em fase de preparação está também o Núcleo de Animação Cultural de Goa, Damão e Diu. Segundo o presidente, Sharoz Penenkar, o objectivo do núcleo é convidar as pessoas a “entrar” no antigo território da União da Índia. “Vamos ter várias portas onde as pessoas podem entrar ‘directamente’ em Goa, Damão e Diu e ver as paisagens, fotografias, gastronomia e talvez a parte cultural. Estamos a ponderar ainda”, contou o presidente do núcleo que tomou posse este ano.

Neste ambiente não faltarão também os petiscos. Quem passar pelo “stand” de Goa, Damão e Diu poderá provar alguns dos pratos mais famosos como o pão com chouriço à moda da Índia, chamuças, entre outros. Quanto ao contributo do Núcleo para a Semana do Artesanato na Feira do Carmo foi convidado Harichandra Pokle, mestre de tatuagens indianas.

Em relação à participação da Casa do Brasil no Festival da Lusofonia pode-se esperar poesia. Segundo a presidente, Jane Martins, a associação baseou-se num livro editado pela Embaixada do Brasil em Pequim que incluiu textos de 50 poetas.

Em termos concretos, o “stand” que representa o Brasil será revestido com poemas em Português e traduzidos em Chinês. “Vamos expor livros e vamos ter a ‘literatura de cordel’ com muitos outros poetas para quem quiser comprar ou ler”. O objectivo da Casa do Brasil, segundo conta, “é tentar com que as pessoas leiam um pouco de poesia”. Nessa linha, serão colocadas duas árvores artificiais onde os visitantes podem escrever os seus próprios poemas e outra onde estarão mais poemas expostos.

Quanto à presença da língua chinesa no “stand” da Casa do Brasil, Jane Martins explica que, de facto, “temos notado que há mais visitantes chineses”. “Normalmente, os nossos panfletos e livros estão em Português e desta vez tivemos esta ideia de pôr alguma coisa para que os visitantes também possam ler”, notou.

Na vertente gastronómica não vão faltar as famosas caipirinhas. Haverá ainda “limonada, guaraná e o famoso pastel de feira”. Por outro lado, no que diz respeito ao artesanato, os visitantes do Festival da Lusofonia podem ter acesso a peças de capim dourado – uma arte presente noutras edição do evento que foi um sucesso e cuja aposta é agora renovada. Catarina Almeida – Macau In “Jornal Tribuna de Macau”

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